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Curto, médio e longo prazo: como investir considerando o tempo.

Investir no curto prazo

Como o período é curto (máximo 2 anos), o ideal é escolher um investimento mais conservador, com praticamente nenhum risco de perdas financeiras. Três investimentos chamam mais minha atenção quando se trata de curto prazo: título público Tesouro Selic, as Letras de Crédito Imobiliária e/ou do Agronegócio (LCI e LCA) e o CDB (Certificado de Depósito Bancário).
No caso do Tesouro Selic, a ideia é emprestar dinheiro para o governo e financiar a dívida pública. Ao comprar este título pós-fixado, o investidor receberá a variação da Selic do período em que mantiver o título em carteira, podendo vender antecipadamente sem correr riscos de prejuízo (a rentabilidade é por dia útil).
CDB (Certificado de Depósito Bancário) é um título de renda fixa que rende mais que a poupança e é garantido pelo Fundo Garantidor de Crédito para aplicações de até R$ 250 mil reais. Em muitos casos, há liquidez diária, principalmente no caso de títulos de bancos médios e pequenos, que costumam pagar mais. Busque retornos que sejam acima do CDI, pois há incidência de Imposto de Renda.
O Imposto de Renda, aliás, incide apenas sobre os rendimentos obtidos no período e vale para o Tesouro Direto e CDB, de acordo com a regra abaixo:
  • 22,5 % caso a aplicação fique até 6 meses;
  • 20% caso a aplicação fique de 6 a 12 meses;
  • 17,5% caso a aplicação fique de 12 a 24 meses;
  • 15% caso a aplicação fique acima de 24 meses.
LCI e LCA possuem isenção de Imposto de Renda e são uma boa alternativa para quando o investidor tem um prazo específico para o uso do dinheiro aplicado. Isso porque o investimento neste produto pressupõe carência, ou seja, o dinheiro fica aplicado e não pode ser resgatado antecipadamente (somente no vencimento). Busque retornos iguais ou maiores que 90% do CDI.

Investimentos de médio prazo

No médio prazo, período que vai de 2 a 5 anos, o investidor precisa diversificar e manter o dinheiro investido de forma a aproveitar a elevada taxa de juros, mas ao mesmo tempo ficar atento a oportunidades mais pontuais.
No meu entender, os melhores investimentos para o médio prazo são:
  • LCI e LCA: Títulos de renda fixa, de baixo risco, emitidos por banco com objetivo de financiar o setor imobiliário e do agronegócio. Não tem liquidez diária, conforme explicado no item anterior (curto prazo);
  • Tesouro Direto: Com a possibilidade de excelentes rendimentos em até 5 anos, títulos públicos Tesouro IPCA, por exemplo, são excelentes opções para esse período de inflação mais alta, pois garantem retorno real no período. A venda antecipada, neste caso, pode representar risco de prejuízo;
  • Fundos multimercado: Investimento especializado e feito através de aportes em fundos gerenciados por terceiros, este produto visa manter uma estratégia balanceada de investimentos com alguma exposição ao risco. É fundamental que este investimento não represente mais do que 20% de seu total de patrimônio.

Investimentos de longo prazo

Para investimentos de longo prazo, que correspondem a períodos de mais de 5 anos, você pode diversificar mais a sua carteira entre os perfis conservador, moderado e arrojado. Na minha visão, quatro tipos de investimentos para períodos acima de 5 anos devem ser considerados e equilibrados para formação de patrimônio e aposentadoria:
  • Ações: Escolha empresas sólidas, com boa governança e histórico de lucro crescente e invista de forma inteligente, acompanhando relatórios e opiniões de analistas credenciados. Jamais se desespere com as oscilações de curto prazo, pois eventuais quedas e perdas podem ser recuperadas ao longo do período;
  • Fundos: Cada instituição financeira possui uma gama de fundos disponíveis para investimento. Conheça tudo sobre o fundo que você deseja aplicar, fazendo comparações entre as taxas de administração e rentabilidade inclusive com outros gestores. Atente para o fato de que os melhores fundos nem sempre estão disponíveis nos tradicionais bancos de varejo, portanto esteja preparado para conhecer corretoras e gestores independentes;
  • Fundos de Investimento Imobiliário (FII): por que investir em um imóvel quando se pode investir em diversos imóveis e diluir o risco, tudo com o mesmo montante e de quebra sem pagar Imposto de Renda no aluguel recebido? Isso é exatamente o que é possível fazer ao investir em FII e você pode ler mais sobre clicando aqui.
  • Tesouro Direto: É uma opção interessante para quem pensa em aposentadoria. O Tesouro Selic é um título indexado ao IPCA (inflação), o que garante rentabilidade real, e possui diversos prazos de vencimento (de mais 20 anos, inclusive).

O investidor inteligente tem objetivos de curto, médio e longo prazo

Quando abordo estas questões práticas de investimento, é muito comum receber uma dúvida em relação a que produto escolher. Não se trata de investir no curto ou médio ou longo prazo, mas de ter uma estratégia em que os objetivos de cada período sejam respeitados e transformados em investimentos perenes.

Comece, mas do jeito certo: defina objetivos de curto, médio e longo prazo e separe recursos todo mês para cada uma dessas metas. Aos poucos você realizará cada um dos seus desejos e terá, naturalmente, interesse por novos e diferentes investimentos, muitos deles não mencionados neste texto (Imóveis, ouro, dólar, daytrade etc.).
Se investir parecia muito complicado, agora já ficou mais simples e didático, certo? Quer começar? Uma maneira simples é abrir uma conta numa corretora de valores. Como eu já mencionei em outros textos, eu utilizo a Rico.com.vc. Para se cadastrar (clique aqui) não paga nada, e já terá acesso a todas as opções de investimentos disponíveis, podendo analisar com calma qual deles irá escolher.
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