Considerando o atual cenário do país e os enormes desafios que estão colocados à frente, muitos leitores têm enviado mensagens e comentários relatando problemas. A principal questão parece ser o padrão de vida, que não se ajustou à nova realidade econômica de renda achatada e inflação elevada.
Infelizmente, o que muita gente busca é uma saída mágica para resolver os problemas, não querendo abrir mão das atitudes equivocadas que os levaram até a situação de dificuldade.
É importante, nesse contexto de agravamento da crise, mudar algumas atitudes tomadas durante muitos anos; algumas mudanças não são complicadas. Faço hoje alguns alertas e trago algumas dicas que podem fazer a diferença para você. Acompanhe.
Comece a procurar trabalho (e não só emprego)
O desemprego está alto, acima de dois dígitos. Com a crise, além de muitos trabalhadores serem demitidos, muita gente começou a buscar uma colocação no mercado de trabalho. De acordo com as primeiras avaliações do ministro da Fazenda Henrique Meirelles, o desemprego deve chegar a algo próximo de 14% até o final do ano.
Infelizmente, muitas pessoas ainda não perceberam que, independentemente do nível de elevado de desemprego, o mercado de trabalho passa por uma enorme transformação. O emprego, como um instrumento de formação de renda, está longe de oferecer às pessoas qualquer tipo de estabilidade.
Se falta emprego de um lado, para aquelas pessoas que procuram trabalho as oportunidades continuam existindo, mesmo que a partir de iniciativas próprias (empreendedorismo) em trabalhos temporários ou iniciativas como o Uber, Airbnb e outras plataformas que estão propiciando inúmeras possibilidades de renda.
A verdade é que, mais do que nunca, o trabalho será ligado à resolução de problemas, sejam eles complexos ou não. Quem percebe necessidades e se dispõe a resolvê-las não terá falta de trabalho.
Pense sempre como dono e não como um mero trabalhador
Nos momentos de crise, o instinto de sobrevivência fica ainda mais aguçado. Aqui proponho uma reflexão: como tem sido o seu comportamento no ambiente de trabalho? Você fez algum esforço para se colocar no papel do seu chefe ou dono da empresa, buscando saídas para diminuir os custos e criar soluções para os problemas?
Infelizmente, as pessoas não são uma ilha. Todos estamos próximos e somos atingidos rapidamente por tudo o que acontece com a economia. Com a crise, só aquelas pessoas que conseguem mostrar identificação com as empresas e comprometimento conseguem seguir em frente.
Experimente pensar como o dono, olhe o seu emprego como um trabalho (e não um simples emprego) e faça sempre mais do que o esperado.
No Brasil, não existe lugar para amadores (ou tenha sempre planos B, C e D)
De acordo com as palavras do ex-ministro da Fazenda do governo FHC, Pedro Malan, no Brasil até o passado é imprevisível. Isso é realmente significativo e mostra como é importante construir uma série de alternativas para contornar os problemas que enfrentaremos pelo caminho.
Para começar, é fundamental construir (e vitaminar sempre que possível) a famosa reserva de emergências. Muita gente que leu nossos artigos durante os melhores momentos do crescimento econômico recente e colocou em prática algumas dicas sabe como a construção das reservas é algo libertador.
Se a reserva de emergência está na sua pauta, uma outra dica importante é manter o orçamento doméstico enxuto. Lembre-se que para que tudo aconteça de forma adequada, não basta anotar os gastos; é preciso dialogar com a família sobre como e onde gastar e investir.
Esqueça a caderneta de poupança!
Desde a época de nossos avós (na verdade até antes disso), a caderneta de poupança se tornou a principal referência do brasileiro para investir. Isso se deve à grande facilidade do produto.
Com o passar do tempo, foram surgindo diversos produtos que abriram um leque incrível de oportunidades para investir. Diferentemente da época de nossos avós, investir hoje em dia no Brasil é muito mais interessante (mas também desafiador). Como sempre, interesse e bom senso fazem a diferença neste aprendizado.
Hoje, uma das melhores opções para investir é o Tesouro Direto. Nós, editores e sócios do Dinheirama, investimos e recomendamos a Rico.com.vc e sua excelente plataforma educacional para começar este investimento.
A Rico é uma corretora completamente voltada ao investidor pessoa física e é parceira do Dinheirama desde 2008. Além de oferecer uma enormidade de produtos que casam com as necessidades dos brasileiros, ela ainda oferece aos seus clientes a chance de aprender a investir com dois dos melhores analistas: Roberto Indech e Leandro Martins.
A parceria Dinheirama-Rico valoriza o investidor e, por conta disso, existe uma equipe preparada para entender suas necessidades e ajudá-lo a definir a melhor estratégia de investimentos para os seus objetivos.
Crédito é dinheiro dos outros, portanto cuidado!
Um dos pilares do crescimento econômico do governo Lula foi o acesso ao crédito. Sim, o acesso ao crédito foi um grande e importante movimento, essencial e natural em todas as economias e países minimamente organizados e sérios.
No Brasil, o trunfo do acesso ao crédito veio acompanhado de um grande e grave problema: o crédito fácil foi confundido com crédito barato, e muita gente se deixou levar pelo discurso manjado (mas eficiente) da “parcelinha que cabe no bolso” e exagerou.
Com o crédito, o discurso do “eu mereço” se tornou uma grande cilada, de difícil resolução. Os juros excessivamente altos (para não dizer pornográficos) levaram milhares de pessoas a contrair dívidas que rapidamente viraram verdadeiras “bolas de neve”.
A verdade é que lidar com o crédito no Brasil, mesmo nas modalidades um pouco mais baratas como o crédito consignado, ainda é algo desafiador e que requer muito planejamento e cuidados. Mesmos os juros mais baixos aqui são elevadíssimos no contexto mundial.
Tenha em mente que crédito é dinheiro dos outros e o preço pago por isso é exorbitante; assim, só use empréstimos quando for extremamente necessário.
Conclusão
Nunca é fácil ultrapassar momentos de crise, mas se existe uma certeza é que crises começam e terminam. As crises são necessárias para transformar a sociedade e servem como uma grande e necessária guinada na vida das pessoas, afinal são nos momentos de dificuldade que abandonamos a zona de conforto.
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