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Cuidar das finanças é chato? Sim, mas é fundamental!

erto dia vi um vídeo muito curioso do Dr. Drauzio Varella. Ele falava a respeito de exercício físico, mais especificamente de correr longas distâncias, algo que ele pratica. O texto é tão sincero que chega ser hilário. Veja a síntese do que ele diz:
“Ao sair do meu prédio as 5h30 eu já saio correndo, porque se eu parar para me alongar, eu volto para a cama… durante o primeiro quilômetro eu sou dominado por um único pensamento: não há o que justifique um cidadão passar pelo o que estou passando. Mas eu continuo, porque sei que depois melhora, fica suportável. Sabe quando fica realmente bom? Quando acaba. Se você está esperando vir aquela vontade louca de fazer exercício, esqueça! Ela não virá. Se você não encarar isso com disciplina militar e como uma coisa muito importante na sua vida, não vai dar certo”.
Se eu mudasse “exercício” para “finanças pessoais”, já seria suficiente para o post de hoje. O fato é: assim como fazer exercício, planilhas, números, extratos, aplicativos, bancos, gerentes, textos e mais textos sobre o assunto, nada disso é divertido. Não tenha dúvida que eu prefiro jogar tênis, por exemplo. Contudo, é extremamente necessário.

Se você não encarar com disciplina militar, não vai dar certo

Como a academia, as finanças precisam de disciplina militar. Se você não se dedicar a elas como supostamente se dedica ao seu corpo, o resultado será o mesmo: seu bolso vai ficar doente.
O detalhe é que aqui é o inverso: se você não se cuida, engorda. Já o bolso, emagrece. O Dr. Drauzio ainda faz esse questionamento no começo: “por que uma coisa que a gente sabe que faz bem e quando pratica provoca bem estar, ninguém faz?”.
É bem por aí: ninguém faz! Todos querem ser ricos, ter coisas bacanas, viajar, mas poucos se comprometem de fato com isso. A maioria fica esperando a “grande guinada”, o dia em que milhões de dólares cairão do céu. Nada disso! E mesmo que aconteça, veja a quantidade absurda de ganhadores da loteria que voltaram a ficar pobres.
Muito dinheiro nas mãos de quem não pratica o cuidado de suas finanças é como deixar um rebanho de ovelhas para um lobo cuidar: em pouco tempo, não sobrará nada. Ter dinheiro é uma parte da equação, a outra é dedicação. Falei disso recentemente no texto abaixo.

Ter aquela barriga chapada leva tempo e dedicação; ter a conta recheada e a tão sonhada independência financeira também! E acredite: o difícil é o primeiro quilômetro. Com a prática, vem o hábito, e depois que isso acontece a coisa anda mais suave. Falo disso nesse vídeo, assista:
Mas não pode relaxar! Tão difícil quanto voltar para academia depois de “recuperar a barriga de chope”, é retomar um controle financeiro que foi abandonado. Terá que voltar à estaca zero.

Não vai ficar legal com o passar do tempo

Ser realista é fundamental: fazer lançamentos e conferir extratos nunca vai ser legal. Mas, conforme os “zeros” forem se acumulando do lado direito de seu saldo, a coisa toda se tornará compensadora.
Os resultados atingidos passam a ser um grande estímulo para continuar e esse é o ciclo virtuoso que procuramos. Lembre-se: suportar o primeiro quilômetro é fundamental. Os resultados demoram, por isso é preciso persistência.
E “fica legal” justamente quando a recompensa para o esforço chega. Então, siga firme!

Cuidado com as armadilhas

Há uma série de armadilhas para nos afastar das boas práticas em nossas vidas. Há as armadilhas diárias de uma sociedade de consumo, mas todas apontam para as piores: as armadilhas mentais.
Nossa mente é responsável por nossas decisões e, sendo assim, por tudo o que vem depois delas. Não se engane: ninguém controla o que não vê. Fazer “contas mentais”, dizer que “sabe suas finanças de cabeça”, que “não precisa dessas coisas de controle”, tudo não passa de grandes mentiras e, por consequência, terríveis armadilhas.
Sim, nós podemos ter uma ideia de nosso panorama financeiro. Porém, isso serve para quase nada. Qualquer decisão de grande impacto, como um carro novo ou mesmo algo menor, como uma geladeira, deve ser tomada com calma e após consultar seus controles financeiros.

Conclusão

Não existe almoço grátis e não existe caminho fácil. Aqueles que tentaram, fracassaram. Há inúmeros exemplos de pessoas ricas e famosas que perderam tudo e hoje são devedores. O motivo? Não respeitaram o dinheiro. Achavam que, como tinham muito, ele jamais acabaria. O que poderia ser verdade, se a “parte chata” tivesse sido feita. Mas, não foi.
A vida é assim, uma eterna dualidade entre direitos e deveres, esforço e recompensa, “chato e legal”. E aquelas que sabem equilibrar essa balança, ficam mais perto de uma vida próspera e plena.
Vamos encarar a montanha para poder desfrutar da vista lá de cima? Faz sentido para você? Se faz, jamais esqueça: antes do segundo passo, sempre vem o primeiro. 

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